Entre choros e cânticos, milhares de argentinos iniciaram nesta quinta-feira, 26, um lento desfile diante do caixão de Diego Maradona, que está sendo velado com honras na Casa Rosada, em um caixão coberto com bandeira argentina e com as camisas da seleção do país e do Boca Juniors com seu número "10".
Pouco depois das 6h, as portas da sede de governo foram abertas para a entrada dos torcedores, inconsoláveis, que permaneceram durante a noite em vigília na Praça de Maio, com direito a cânticos de despedida a seu ídolo.
Maradona faleceu aos 60 anos, vítima de uma parada cardíaca.
O velório foi reduzido de três dias para apenas um, a pedido da família.
Centenas de mensagens enviadas por atletas e personalidades políticas de todo mundo refletiram a popularidade internacional do astro argentino.
Lionel Messi e Pelé, outras estrelas mundiais do futebol, encabeçaram uma longa lista de emotivas despedidas a Maradona.
De acordo com o resultado preliminar da necropsia, ele sofreu uma "insuficiência cardíaca aguda, em um paciente com uma miocardiopatia dilatada, e insuficiência cardíaca congestiva crônica que gerou edema agudo de pulmão".
O presidente argentino, Alberto Fernández, decretou três dias de luto nacional.
Comoção mundial
A morte provocou uma comoção mundial e as homenagens dominaram Buenos Aires. Milhares de torcedores se reuniram na quarta-feira no bairro da Boca, onde fica a célebre Bombonera, ou no central Obelisco.
Saúde delicada
Maradona se recuperava de uma operação para a retirada de um coágulo da cabeça desde 3 de novembro. No dia 11, recebeu alta, mas a saúde do ídolo era delicada, e ele enfrentava uma nova síndrome de abstinência.
Ele estava com problemas de saúde no dia de seu aniversário de 60 anos, em 30 de outubro, quando reapareceu de seu confinamento devido à pandemia no estádio do Gimnasia y Esgrima, equipe que comandava.
Seu advogado, Matías Morla, revelou que Diego enfrentava uma depressão quando o coágulo foi detectado.
"Ele tinha um comportamento diferente, estava muito deprimido e fazia comentários sobre parentes que haviam falecido, que sentia falta deles", disse.
Morte de causas naturais
O promotor John Broyard afirmou que a morte do astro do futebol aconteceu ao meio-dia de quarta-feira por causas naturais.
Maradona tinha cinco filhos, duas delas, Dalma e Gianinna, com a ex-esposa Claudia Villafañe. Seus outros filhos, que teve com três mulheres, são Jana, Diego Júnior, e Diego Fernando.
Os excessos e os vícios estão na origem dos problemas de saúde, que o deixaram à beira da morte em várias ocasiões.
Campeão do mundo na Copa do México-1986, Maradona havia superado há alguns anos o vício em drogas pesadas. Mas continuava consumindo bebidas alcoólicas e era medicado com tranquilizantes e ansiolíticos.
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