A conta de energia elétrica dos baianos vai ficar mais cara a partir do dia 22 de abril. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste médio de 2,05% para os consumidores atendidos pela Neoenergia Coelba, distribuidora responsável por mais de 6,7 milhões de unidades consumidoras em toda a Bahia.
A variação do reajuste depende do perfil de consumo. Para os clientes residenciais e outros usuários ligados à baixa tensão, o aumento será de 1,88%. Já para consumidores de alta tensão, como indústrias e grandes comércios, o reajuste será de 2,53%.
De acordo com a Coelba, os principais fatores que influenciaram o novo cálculo tarifário foram os encargos setoriais e os custos com transmissão e geração de energia. A soma dessas despesas representa 1,88% do índice de reajuste. Já os componentes financeiros — que envolvem compensações temporárias e ajustes anteriores — tiveram impacto negativo de -3,12%, o que ajudou a conter um aumento maior.
Na prática, a fatura de energia é dividida em três partes principais:
A Neoenergia Coelba tem sido alvo de críticas públicas por parte do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e de parlamentares estaduais, como a presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputada Ivana Bastos. Questionado sobre os ataques, o presidente da Neoenergia Coelba, Thiago Guth, afirmou, no último dia 3 de abril, que a empresa mantém diálogo institucional e presta contas regularmente às autoridades estaduais.
“A gente sempre recebe as críticas de forma bem respeitosa. Tanto o poder executivo como o legislativo, eles têm o papel de cobrar. O que a gente pode dizer é que temos prestado contas a cada três meses para as comissões da Assembleia Legislativa da Bahia, mostrando que estamos realizando aquilo que prometemos“, disse Guth em coletiva recente.
Ele também destacou os aportes realizados pela companhia. “Acredito que, com a melhoria do atendimento e os investimentos que estamos fazendo, vamos melhorando a percepção do cliente e também a percepção do poder público“, afirmou.
Segundo o presidente da distribuidora, R$ 3 bilhões foram investidos apenas em 2024, como parte de um pacote de R$ 13,3 bilhões prometidos para o período de quatro anos. “Todos os investimentos que nós prometemos aconteceram. Nós lançamos no ano passado R$ 13,3 bilhões de investimentos em quatro anos e, no primeiro ciclo de um ano, já fizemos R$ 3 bilhões. Então, tudo que nos comprometemos a fazer está sendo realizado, desde a construção de subestações e linhas até investimentos na melhoria do atendimento“, reforçou.
Guth também comentou o debate em torno da renovação da concessão da Coelba, prevista para os próximos anos. O tema tem movimentado o cenário político da Bahia, com dúvidas sobre a continuidade da distribuidora no Estado.
“A gente tem participado ativamente, temos interesse na renovação e seguimos investindo e mostrando que o grupo Neoenergia e Neoenergia Coelba tem todos os recursos necessários para suportar o crescimento da infraestrutura energética do estado“, garantiu o presidente.
Enquanto o debate sobre a qualidade do serviço e o futuro da concessão permanece em pauta, os consumidores já devem se preparar para o novo valor da conta de luz, que começa a ser cobrado no final deste mês.