Divaldo Franco, Luminar do Espiritismo Brasileiro, Parte aos 98 Anos em Salvador

O Brasil espírita perdeu na noite desta terça-feira (13) um de seus maiores expoentes: Divaldo Pereira Franco faleceu aos 98 anos, em sua residência na Mansão do Caminho, instituição que fundou em Salvador. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos, conforme confirmado pela assessoria da obra social que se tornou referência nacional.

Nascido em Feira de Santana em 5 de maio de 1927, Divaldo desde cedo manifestou dons mediúnicos extraordinários. Aos quatro anos, surpreendeu a família ao descrever com precisão a avó materna falecida, episódio que marcou o início de uma jornada espiritual prodigiosa. Superando desafios pessoais - incluindo traumas de infância e uma paralisia curada por intervenção espiritual - dedicou sete décadas à divulgação da doutrina espírita, realizando mais de 20 mil conferências em 71 países.

Uma Vida de Serviço e Literatura Mediúnica
Junto ao companheiro Nilson de Souza Pereira, Divaldo transformou em 1952 um pequeno centro na Calçada no complexo social do Pau da Lima, que hoje emprega 300 pessoas e atende diariamente 3 mil crianças e adultos com educação, saúde e assistência social. Seu trabalho paralelo como psicógrafo resultou em 250 livros, sendo 70 ditados por sua mentora espiritual Joanna de Ângelis, abrangendo desde filosofia até literatura infantojuvenil.

Despedida Simples, Como Desejou
O velório ocorrerá nesta quarta-feira (14) no ginásio da Mansão do Caminho, das 9h às 20h, seguindo seu pedido por cerimônias simples: caixão fechado, sem cortejo. O sepultamento será na quinta-feira (15) no Cemitério Bosque da Paz, ao lado de seu amigo Nilson. "Momento de união e gratidão, não de adoração", destaca o comunicado oficial.

A despedida do "Semeador de Estrelas" - como era chamado - mobiliza admiradores em todo o mundo, deixando como legado uma obra que transcendeu o movimento espírita para se tornar referência em filantropia e produção intelectual espiritualista.